segunda-feira, junho 04, 2007

Culto Noite - 03 de Junho de 2007 (Daniel Felipe)

A MENSAGEM DA CRUZ

“Se por estarmos em Cristo nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão, completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude. Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se, mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz! Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”.
Filipenses 2.1-11 (NVI)

Introdução: Não há nenhuma mensagem mais importante do que aquela que vem da Cruz

Billy Graham é considerado o maior evangelista da era moderna. Realizou cruzadas evangelísticas em praticamente todo planeta, percorrendo desde as cidades mais importantes dos EUA, América Latina e Europa até os confins da terra (Ásia, África, Oriente Médio, etc). Em sua autobiografia, conta uma experiência que eu gostaria de compartilhar:

No ano de 1955, foi convidado para realizar uma série de conferências na famosa Universidade de Cambrigde, na Inglaterra, uma das maiores universidades do mundo. A Faculdade de Teologia de Cambrigde era e é uma das mais respeitadas do mundo e, para se ter uma idéia do nível intelectual daquela instituição, um dos professores que recepcionou Billy Graham foi C.S.Lewis (o escritor das “Crônicas de Nárnia”). Esse evento causou grande controvérsia nos meios acadêmicos, pois Billy Graham era considerado um “fundamentalista” e, além do mais, não possuía graduação em Teologia, ou seja, não possuía o “gabarito intelectual” para ministrar àquela platéia tão seleta e intelectualizada. O próprio pregador reconhecia a grandeza daquela missão e descreveu seus sentimentos da seguinte forma:

“Não sei se cheguei alguma vez a me sentir tão incapaz e tão despreparado para uma missão. Ao pensar no tipo de mensagem a ser proferida, percebo o quanto minhas apresentações são fracas e superficiais. Na verdade, fiquei tão impressionado com meu despreparo que quase decidi cancelar o compromisso, mas como os preparativos já estão adiantados, talvez seja melhor não desistir... No entanto, estou orando no sentido de comparecer a essa missão mediante a manifestação e poder do Espírito Santo...”

Os trabalhos iriam durar oito dias e, por três noites consecutivas, Billy Graham tentou fazer o melhor que podia. Vamos prosseguir com a narrativa:

“Durante as três primeiras noites de reuniões públicas, iniciadas no domingo, 6 de novembro, parecia que eu estava usando uma camisa de força na plataforma, e quase nada aconteceu. A igreja oficial da universidade ficou completamente lotada de estudantes vestidos com togas acadêmicas; os estudantes também lotaram outras duas igrejas, que estavam equipadas com sistemas de alto-falantes. Um quarto do total de alunos compareceu todas as noites, ouvindo com atenção, mas parecia haver pouca reação espiritual. Sentindo-me totalmente fracassado, incompetente e desesperançado, dobrei meus joelhos e recorri a Deus. Meu talento, tal como era, não me havia sido concedido para apresentar o lado intelectual do evangelho. Eu sabia disso. Aqueles estudantes necessitavam de uma compreensão clara das simples mas profundas verdades do evangelho: nosso afastamento de Deus por causa do pecado; o perdão e vida nova por meio de Jesus Cristo; e nossa esperança graças a Ele. Na noite de quarta-feira, joguei fora meu discurso preparado e preguei uma mensagem simples do evangelho sobre o significado da cruz de Cristo. Naquela noite, mais de 400 alunos de Cambridge não saíram do lugar após a mensagem, em sinal de que desejavam entregar suas vidas a Cristo... Durante o restante da semana, procurei ser o mais simples e direto possível, e a reação dos estudantes continuou a surpreender a todos nós”.

O apóstolo Paulo escreve, em 1 Co 2.1-5:

“Eu mesmo irmãos, quando estive entre vocês, não fui com discurso eloqüente, nem com muita sabedoria para lhes proclamar o mistério de Deus. Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser a Jesus Cristo, e este, crucificado. E foi com fraqueza, temor e muito tremor que estive entre vocês. Minha mensagem e minha pregação não consistiram de palavras persuasivas de sabedoria, mas consistiram de demonstração do poder do Espírito, para que a fé que vocês têm não se baseasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus”.

Hoje em dia, temos à nossa disposição os mais elaborados e intelectualizados discursos de toda história. A psicologia moderna, aliada às mais variadas religiões existentes, tentam nos atrair com seus discursos extremamente sedutores. Somos tentados a crer na auto-capacidade humana, na divindade do nosso ser... somos tentados a crer que o desenvolvimento intelectual é que nos elevará em nossa condição humana e que isso tudo trará sentido à nossa vida.

Infelizmente, como cristãos, acabamos trazendo alguns desses conceitos para nossas vidas e tentamos construir um sistema de crença tão intelectualizado, tão complexo, que acabamos por perder a simplicidade do evangelho. De igual forma, podemos incorrer em outro erro: enfatizar a nossa crença e a nossa mensagem em outros elementos da fé que, embora importantes, não são os fundamentais. Perdemos o foco, distorcemos a palavra de Deus, e por conta de nossas ansiedades e fraquezas, damos primazia às questões relacionadas à prosperidade e cura, esquecendo-nos daquilo que é essencial: nascer de novo!

A verdade é que, na cruz, Jesus Cristo realizou um completo trabalho de redenção e restauração em nossas vidas. Nenhuma área ficou de fora, toda libertação e cura das quais necessitamos foram conquistadas na cruz. No entanto, a mais importante, a mais necessária obra ali realizada foi a nossa salvação. Nesta noite, vamos compreender um pouco mais sobre a maravilhosa mensagem da cruz e sobre toda vitória conquistada por Jesus para nós, quando entregava seu corpo e seu sangue em nosso lugar.

E nenhuma mensagem de auto-ajuda, nenhum conselho ou conhecimento humano, nem eles todos juntos podem superar essa mensagem... a mensagem de entrega, de renúncia e de amor... realizada não por palavras, mas através de ações concretas por Cristo.

Através da cruz somos libertos de todas maldições

Talvez não seja muito confortável ouvir essa palavra, mas verdadeiramente há um peso de maldição sobre toda terra por causa do pecado. A palavra de Deus relata, em Gênesis 3.17:

“E ao homem declarou: Visto que você deu ouvidos à sua mulher e comeu do fruto da árvore da qual eu lhe ordenara que não comesse, maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida”

Muitas vezes nos perguntamos o porquê sobre as doenças, os problemas familiares, sobre as tragédias que se abatem contra nós. E você sabe por que isso acontece? Por uma única causa: devido ao pecado, uma maldição recaiu sobre a terra. Ao homem havia sido dado o domínio e o governo sobre toda a terra, mas quando cede à tentação de satanás, o inimigo rouba-lhe o domínio e passa a ter autoridade para subjugar a humanidade.

Romanos 5.12 diz:

“Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos homens, porque todos pecaram”.

Um decreto de maldição e de morte. Essa é a realidade de todos homens sobre a face da terra, pois se desviaram dos caminhos do Senhor. Hoje em dia, parece que nós crentes nos sentimos um tanto quanto constrangidos em pregar essa simples e pura verdade... ou pior ainda... temos uma certa dificuldade em tomar consciência dessa que é a mais concreta realidade a respeito da nossa vida espiritual: o homem sem Deus está debaixo de maldição!

Por causa dessa maldição, as famílias são desfeitas, as pessoas permanecem presas aos vícios e ao pecado, jovens se levantam contra seus pais e os pais já não mais sentem verdadeiro amor por seus filhos. Como declarou o Senhor a Adão: maldita é a terra por sua causa! ... Por nossa causa, pois todos pecamos e estamos debaixo da mesma maldição. E podemos constatar que todas nossas tentativas humanas de resolver esses problemas acabam em nada. E nunca vão resolver os problemas, pois não são apenas reflexo de um desajuste social ou psicológico, são decorrentes de uma maldição que recaiu sobre a humanidade por causa do pecado.

Nesse contexto de tribulação, de angústia, de desespero, só nos resta voltar os nossos olhos para cruz! Gálatas 3.13 revela que na cruz toda nossa maldição foi destruída:

“Cristo nos redimiu da maldição da Lei quando se tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito: maldito todo aquele que for pendurado num madeiro”.

Na cruz, o Senhor Jesus assume a nossa identidade e recebe em seu próprio corpo a nossa condenação, a nossa maldição decorrente do pecado. A maldição que pairava sobre toda a humanidade foi assumida por Jesus e nEle foi depositada toda a conseqüência que era devida pela humanidade.

Isaías 53.5 afirma:

“Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele...”.

Havia uma transgressão à Lei e uma maldição decorrente dessa transgressão. Jesus ao subir ao madeiro torna-se o cumprimento da Lei e anula todo o poder da maldição. Por seu sacrifício fomos libertos de toda maldição.

Através da cruz, recebemos cura para o nosso corpo e para a nossa alma

No projeto inicial de Deus para o homem, a morte não estava prevista, nem a dor, a fome, as misérias... o homem foi criado como a “coroa da criação”, como imagem e semelhança de Deus. Vimos que, desviando-se desse propósito, a morte e maldição entraram no mundo e, por conseqüência, o homem passou a ser ferido em seu corpo físico e em sua alma (emoções, intelecto, vontade).

Desde a antigüidade o tema das enfermidades é questionado pelo homem. João 9 conta a história de um cego de nascença. Ali há a seguinte questão:

“Ao passar, Jesus viu um cego de nascença. Seus discípulos lhe perguntaram: Mestre, quem pecou: este homem ou seus pais, para que ele nascesse cego? Disse Jesus: Nem ele nem seus pais pecaram, mas isto aconteceu para que a obra de Deus se manifestasse na vida dele”.
(João 9.1-2)

Interessante que nessa passagem é discutido justamente o assunto da maldição com o das enfermidades, ou das enfermidades como conseqüência de uma maldição, para ser mais exato. E Jesus aqui deseja exatamente ajustar o foco da visão dos seus discípulos, pois não adiantava (e não adianta!) perder tempo discutindo o porquê das doenças, das misérias, das enfermidades... o importante e verdadeiramente relevante é que o Senhor Jesus veio ao mundo para trazer cura!

Voltemos a Isaías 53:

“Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças... e pelas suas feridas fomos curados”
(Isaías 53.4,5)

O poder surpreendente de cura manifestado no ministério de Jesus e seus discípulos revelava ao mundo o propósito de Deus de resgatar a humanidade em todos seus aspectos! O Mestre sempre demonstrava cuidado e atenção com as pessoas que sofriam e que padeciam de doenças e enfermidades... a mulher com fluxo de sangue, os 10 leporosos, o cego de Jericó, o homem da mão ressequida... quantos e quantos relatos de cura.

Mas, além da cura do corpo, Jesus promovia a cura dos sentimentos, resgatava o sentimento de auto-estima, trazia às pessoas a consciência de que eram filhos amados de Deus que, embora desgarrados, eram chamados a voltar à família do Pai. A parábola do Filho Pródigo revela esse ministério de cura para a alma ferida, conforme nos mostra Lucas 15.11-31:

“Mas o pai disse aos seus servos: Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e alegrar-nos. Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado!”
(Lucas 15.23-24)

Da mesma forma como Jesus através de sua morte traz cura para nosso corpo, também resgata a nossa identidade como filhos de Deus, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo. Sem julgamentos, sem acusações. Nossa alma cansada e ferida pelo pecado, pelas más decisões é reconciliada e resgatada à condição de filhos.

Jesus sofreu a dor da traição, do abandono, da solidão. Na cruz Ele clama:

“Eloí, eloí! Lama sabactâni? Que significa: Deus meu, Deus meu! Por que me abandonaste?”.
(Marcos 15.34)

Jesus sentiu as dores emocionais, os traumas e angústias da alma, porque como vimos em Isaías, Ele tomou o nosso lugar naquela cruz. A parábola do filho pródigo demonstra que àquele que estava cansado, oprimido, sofrido, o Senhor acolhe e restaura. De igual forma, Ele proporciona cura às nossas almas; o sangue derramado na cruz nos sara de toda ferida emocional!

A obra de Cristo na cruz do calvário diz às nossas almas feridas: você não é um derrotado, você não é um desperdício de tempo, um inútil ou qualquer coisa assim... você é filho. Amado e valioso para Deus ao ponto de valer o preço do sangue de Jesus Cristo!

Na cruz nossos pecados são perdoados

No entanto, o problema mais intrínseco da vida humana não reside nas maldições ou na necessidade de cura... fomos escravizados pela nossa carne e estamos debaixo de um terrível jugo que nos oprime e nos separa de Deus. Resumindo: o nosso problema essencial é o pecado!

Isaías afirma que o pecado faz separação entre Deus o os homens:

“Mas as suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por isso não os ouvirá.”
(Isaías 59.2)

O profeta Ezequiel ainda diz: “... a alma que pecar, essa morrerá. (Ezequiel 18.4b)

Que triste a situação do homem por causa do pecado. Além das conseqüências físicas e emocionais, a pior de todas as estratégias do inimigo é concretizada quando o homem está preso ao jugo do pecado: a morte eterna.

No entanto, a maior obra da cruz, que a torna completa e perfeita é a obra de redenção, de salvação!

“Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo” (2 Co 5.18a).

A morte de Jesus nos livra do jugo do pecado e da morte:

“Pois sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com Ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não mais sejamos escravos do pecado; pois quem morreu, foi justificado do pecado”. (Rm 6.6)

Na cruz, algo muito maior que a cura física ou a prosperidade foram conquistados. Ali foi pago o preço dos nossos pecados!

E de que maneira esse preço foi pago? Pelo próprio sangue vertido por Cristo. A lei previa que “sem derramamento de sangue não há remissão de pecados” (Lv 17.11 e Hb 9.22). João Batista identifica Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29, 36), ou seja, como Aquele que haveria de derramar seu sangue para pagar o preço da condenação do pecado.

Que maneira tremenda de nos perdoar e nos purificar: o derramamento do próprio Filho Unigênito de Deus!

“... o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 Jo 1.7)

Conclusão: a mensagem da cruz nos desafia

Realmente na cruz Jesus pagou todo o preço de nossa condenação e conquistou-nos a reconciliação e a vida eterna. Essa foi a maior obra de amor e, de fato, nenhuma teoria humana ou religiosa se iguala a esta dádiva de amor. Lembremos o versículo que é chamado de o “coração da Bíblia”:

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
(João 3.16)

Todo aquele que nele crê... esse é o desafio da mensagem da cruz! O sacrifício de Cristo é gratuito, não nos custa nada... mas custou tudo ao seu doador! Havia um preço a ser pago pela nossa reconciliação com Deus, preço esse que nós não poderíamos de forma alguma pagar, pois somos pecadores, imperfeitos. O Senhor Jesus aceitou padecer as nossas dores e cumprir as nossas maldições. Diante de tão grande amor, o desafio é deixar de lado o nosso entendimento humano, as nossas convicções, nossos sistemas e conceitos e nos entregar, pura e simplesmente nos entregar em suas mãos.

Para isso, apenas uma coisa é necessária: aceitar a Jesus Cristo como nosso único e suficiente Senhor e Salvador e confessar os nossos pecados a Ele.

“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça”
(1 João 1.9).

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